As indústrias de alto consumo energético (energointensivas), incluindo setores como metalurgia e mineração, têm como principal desafio gerenciar sua demanda de maneira eficiente. Diante do cenário de elevação dos custos operacionais e das exigências regulatórias e de mercado para a adoção de práticas mais sustentáveis, a busca por estratégias que promovam a eficiência energética torna-se prioritária.

Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o setor industrial é responsável por aproximadamente 37% do consumo global de energia final, destacando a importância de implementar medidas que possam contribuir tanto para a redução de despesas quanto para o alcance de objetivos de sustentabilidade.

Neste artigo, iremos analisar mais sobre a atuação de indústrias energointensivas, estratégias específicas e boas práticas a serem adotadas para otimizar seu consumo de energia.

O que são indústrias energointensivas?

Indústrias energointensivas são aquelas que requerem grandes quantidades de energia como parte essencial de seus processos de produção. Isso significa que a energia é um dos principais insumos e representa uma parcela significativa dos custos operacionais.

Elas são essenciais para a economia, dada a sua participação em setores-chave como a manufatura de metais, produtos químicos, e a produção de materiais de construção. Entretanto, a dependência substancial de energia também implica em desafios em termos de eficiência energética e sustentabilidade ambiental.

Um dos exemplos é o segmento de produção de alumínio, que é um dos mais energointensivos devido ao processo de eletrólise necessário para extrair o metal a partir da bauxita. Este processo requer uma quantidade significativa de eletricidade, tornando os gastos um fator crítico para a viabilidade econômica da produção do alumínio.

Soldador trabalhando em indústria de aço que é energointensiva
A indústria de aço é um exemplo de grande consumidora de energia

Outro exemplo é a indústria do aço, que não apenas consome grandes quantidades de energia na forma de eletricidade, mas também em combustíveis como carvão e gás natural. As tecnologias de produção dessa matéria-prima, como os fornos a arco elétrico (FAE), são altamente energointensivas, embora ofereçam potencial para eficiência energética através do reaproveitamento de sucata.

Desafios das indústrias energointensivas

Os desafios que as indústrias energointensivas enfrentam são multifacetados, abrangendo aspectos econômicos, ambientais e técnicos. Estes obstáculos demandam soluções inovadoras, políticas regulatórias adaptativas e avanços tecnológicos para manter a sustentabilidade operacional e competitividade no mercado global. Alguns dos principais desafios enfrentados são:

1. Volatilidade dos preços da energia:
A volatilidade dos preços da energia é um desafio significativo, visto que o custo pode variar de acordo com mudanças nos mercados globais, políticas governamentais ou mesmo devido a desastres naturais. Essas flutuações podem afetar gravemente a previsibilidade dos custos operacionais das indústrias energointensivas, dificultando o planejamento financeiro e operacional. Por exemplo, o setor de alumínio é particularmente vulnerável às variações nos preços da energia elétrica, o que pode afetar significativamente a rentabilidade.

2. Conformidade com regulamentos ambientais:
Com o aumento da preocupação global com as mudanças climáticas, as indústrias estão sujeitas a regulamentos ambientais mais rígidos. A conformidade pode incluir a redução das emissões de gases de efeito estufa, o uso mais eficiente dos recursos e a gestão de resíduos. As indústrias energointensivas precisam investir em tecnologias limpas e processos de produção que atendam às regras.

3. Modernização da infraestrutura:
Muitas indústrias operam em instalações antigas com equipamentos que não são eficientes em termos energéticos. A modernização dessa infraestrutura é essencial para melhorar essas questões. Entretanto, tais atualizações exigem investimentos significativos. Uma pesquisa do International Energy Agency (IEA) identificou que investimentos em tecnologias de eficiência energética estão entre as principais prioridades para a otimização de processos industriais.

4. Transição para energias renováveis:
A adoção de fontes de energia renovável é uma estratégia vital tanto para reduzir a dependência de combustíveis fósseis quanto para diminuir as emissões de carbono. No entanto, a transição para energias renováveis apresenta desafios, como a necessidade de investimento em novas tecnologias e a integração dessas fontes no sistema energético existente.

Benefícios da adoção de práticas de eficiência energética

A inserção de práticas de eficiência energética traz consigo uma série de vantagens que se estendem além da redução direta dos custos operacionais, sendo este um dos benefícios mais imediatos e quantificáveis. De acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA), medidas de eficiência energética têm o potencial de economizar bilhões de dólares para a indústria ao diminuir o consumo de energia em até 18% até 2035.

Além das economias financeiras, a adoção de tais práticas contribui significativamente para a redução da emissão de gases de efeito estufa. Um estudo do American Council for an Energy-Efficient Economy (ACEEE) revelou que a eficiência energética pode contribuir para a diminuição de cerca de 40% das emissões de gases de efeito estufa dos EUA até 2050.

Além dos impactos diretos, essas estratégias podem fortalecer a imagem corporativa, pois indicam uma postura de comprometimento com a sustentabilidade, atendendo às demandas de consumidores e investidores cada vez mais conscientes das questões ambientais. Conforme a pesquisa realizada pela Nielsen, 66% dos consumidores globais estão dispostos a pagar mais por produtos e serviços de empresas comprometidas com o impacto social e ambiental positivo.

A eficiência energética também fomenta a competitividade industrial ao permitir que as empresas se adiantem no cumprimento de regulamentações futuras, evitando penalidades e ajustes de última hora. Estudos da Environmental Defense Fund (EDF) mostram que organizações que se antecipam na adoção de práticas sustentáveis se beneficiam de uma posição de mercado mais favorável em relação aos seus concorrentes. Uma análise da McKinsey & Company enfatiza ainda que corporações que se concentram nessa prática tendem a superar suas contrapartes em longo prazo, tanto financeiramente como na eficácia operacional.

Estratégias personalizadas para indústrias energointensivas

A eficiência energética em indústrias energointensivas não é apenas uma tendência, mas uma necessidade para as empresas que procuram otimizar desempenho enquanto reduzem custos e impacto ambiental.

Ao contar com apoio de especialistas no setor elétrico, as chances de sucesso dessas operações se multiplicam. O Grupo Delta Energia atua há mais de 22 anos realizando a gestão de empresas com alto consumo energético, sendo inclusive, responsável por migrar o primeiro cliente para o mercado livre de energia.

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