O Brasil se destaca no panorama global pela sua matriz energética fortemente representada por fontes renováveis. Embora não ocupem uma fatia significativa do total, as usinas termoelétricas exercem um papel estratégico, oferecendo um suporte essencial para garantir a segurança energética e complementar às fontes renováveis.
Um estudo publicado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) destaca a diversificação das fontes de geração elétrica como um dos pilares para a garantia da segurança energética do país. Assim, neste texto, vamos explicar as razões pelas quais esse modelo é importante e os principais desafios. Continue lendo!
O papel das usinas termoelétricas na matriz energética do Brasil
Desde o início do século XX, a energia térmica tem sido um pilar para o desenvolvimento brasileiro, adaptando-se às necessidades e tecnologias de cada época. Atualmente, ela se faz essencial para manter o equilíbrio entre oferta e demanda em períodos de baixa produção hidrelétrica e para compensar a intermitência das fontes eólica e solar, corroborando para a estabilidade da rede.
Um estudo realizado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em 2020 aponta para a relevância estratégica das usinas termelétricas na matriz energética do Brasil, especialmente em momentos críticos relacionados à variabilidade climática. Elas fornecem uma fonte de energia que pode ser rapidamente mobilizada para suprir déficits na geração, que podem ocorrer devido à redução nos níveis dos reservatórios de água ou devido à diminuição da geração eólica e solar.
A capacidade instalada das termoelétricas no Brasil, que compreende usinas movidas a gás natural, biomassa, carvão e óleo, representa aproximadamente 25% da capacidade total instalada do sistema elétrico brasileiro, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Este valor reitera a importância delas usinas dentro do contexto nacional, funcionando como um sistema de backup crucial para garantir a continuidade e a segurança do fornecimento de eletricidade.
Nos períodos de seca severa experienciados pelo Brasil nos últimos anos, esse formato de geração assumiram um papel ainda mais crítico. Um exemplo disso foi em 2021, durante uma das piores crises hídricas das últimas décadas, quando a contribuição das termoelétricas, como a UTE William Arjona, para a matriz energética aumentou significativamente. Essa operação foi essencial para evitar apagões e racionamentos de energia, sustentando a demanda do país por eletricidade, conforme observado em análise publicada pelo Ministério de Minas e Energia.
Desafios da geração termoelétrica no Brasil
Econômicos
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a operação constante de usinas termelétricas pode levar a altos custos variáveis, principalmente devido ao preço do combustível e às despesas de manutenção. Esse fator se torna ainda mais crítico quando consideramos a volatilidade dos preços do gás natural e do petróleo no mercado internacional, tornando a planejamento de médio a longo prazo mais complexo.
Operacionais
No âmbito operacional, a flexibilidade das usinas termelétricas para aumentar ou diminuir sua produção em resposta às flutuações da demanda e da oferta de outras fontes de energia é um desafio significativo. As usinas termelétricas têm um tempo de resposta maior para iniciar ou desligar sua operação em relação a outros tipos de usinas, como hidrelétricas, algo que foi abordado no material desenvolvido pelo Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE-USP). Este aspecto torna a coordenação entre diferentes fontes de energia mais desafiadora.
Regulatórios
Embates regulatórios e políticos frequentemente ditam os termos de operação das termoelétricas, influenciando significativamente na viabilidade dos projetos. Um estudo do Grupo de Pesquisas do Setor Elétrico – Gesel/UFRJ, apresentado na Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), destaca os desafios de estabelecer incentivos corretos na era das tecnologias exponenciais.
Oportunidades da geração de energia termoelétrica
Inovação tecnológica nas usinas termoelétricas
O avanço tecnológico no setor de energia térmica abre caminho para a implementação de soluções mais limpas e eficientes, como a captura e armazenamento de carbono (CAC) e a co-geração.
Um estudo do Departamento de Energia dos EUA aponta que a captura e o armazenamento de carbono (CAC) poderiam reduzir as emissões de dióxido de carbono das usinas termelétricas em até 90%. Embora o CAC ainda esteja em seus estágios iniciais de implantação em escala comercial, a inovação e o progresso nesta área podem proporcionar às usinas termelétricas uma rota viável para operar de maneira mais limpa.
A co-geração, que envolve a produção simultânea de eletricidade e calor útil a partir de uma única fonte de energia, é outra inovação tecnológica promissora para a geração termelétrica. Com esse modelo, as usinas termelétricas podem operar com eficiências maiores do que a geração de eletricidade convencional, reduzindo tanto o consumo de combustível quanto as emissões associadas.
Além disso, as tecnologias de turbinas de gás avançadas e melhoradas também estão proporcionando aumentos significativos na eficiência e flexibilidade operacional das usinas termelétricas.
Desenvolvimento econômico e geração de empregos nas termoelétricas
Projetos de usinas termoelétricas têm potencial para gerar empregos e fomentar o desenvolvimento econômico, especialmente em regiões afastadas dos grandes centros.
Segundo um estudo do Instituto Acende Brasil, o setor elétrico brasileiro, incluindo a geração termoelétrica, tem um impacto significativo no Produto Interno Bruto (PIB) do país, com cada 1% de aumento nos investimentos no setor resultando em um aumento de 0,29% no PIB. Além disso, o mesmo estudo aponta que, para cada R$ 1 milhão investido na geração de energia, 27 empregos são criados.
De acordo com o IBGE, o setor elétrico é responsável por cerca de 9% do total de empregos diretos e indiretos gerados na indústria brasileira. O potencial de geração de empregos é ainda maior em projetos de usinas termoelétricas localizadas em regiões afastadas dos grandes centros urbanos, contribuindo para o desenvolvimento regional.
Usina termoelétrica UTE William Arjona do Grupo Delta Energia
Na busca por uma matriz energética diversificada e resiliente, as usinas termoelétricas surgem como elementos fundamentais. O Grupo Delta Energia traz um exemplo palpável desse compromisso com a usina UTE William Arjona, ampliando não apenas a geração energética, mas também reforçando a segurança do abastecimento no Brasil.
A usina conta com capacidade instalada de 190 MW, suficiente para abastecer cerca de 600 mil residências. Selecionada em leilão pelo Governo Federal para fornecer energia ao país por um período de 15 anos a partir de 2026, a instalação representa uma solução segura e eficaz para atender às demandas do Brasil, especialmente em momentos críticos.
Clique aqui e saiba mais.